quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Arquitetando - Residência Flavio Castro

     Situada dentro de um pequeno condomínio fechado localizado no extremo norte da cidade de São Paulo, nas franjas da serra da Cantareira, a casa desenhada pelo arquiteto Flávio Castro se caracteriza por uma caixa suspensa apoiada em duas vigas metálicas dispostas na transversal.
Fachada alterna planos envidraçados e de alvenaria
     A caixa é composta por dois pisos, como tradicionalmente se dividem as residências urbanas (estar e cozinha no térreo, dormitórios no andar superior), e parece “flutuar” sobre um pavimento semienterrado que abriga garagem e serviços.
     Segundo Castro, essa forma responde ao extenso programa solicitado por dois jovens recém-casados, diante do lote urbano de dimensões relativamente modestas - são 226 metros quadrados de terreno, para 300 metros quadrados de área construída.
     A ideia da caixa como um volume autônomo foi reforçada pelo arquiteto, que imaginou uma construção isolada da divisa, solução que contrasta com os vizinhos. Assim, visto da rua - que pode se traduzir na imagem pública da casa -, o projeto se apresenta na sua melhor forma: compreende-se claramente a intenção do autor, cuja proposta foi ratificada pela coloração da viga metálica, em contraste com o restante.
 O volume triangular da cobertura fecha o acesso

     A cor no componente metálico ecoa, provavelmente, o trabalho acadêmico de mestrado de Castro, realizado em Barcelona, onde estudou a obra do francês Jean Prouvé (1901-1984).
     Prosseguindo a análise a partir da rua, o desenho do volume suspenso é virtuoso: emoldurado por saliência, o requadro alterna - à la Mondrian - panos vazados, de alvenaria, uma grande veneziana e a reentrância da varanda da sala.
     Lembra vagamente a arquitetura de edifícios de apartamentos dos anos 1950. A outra face de destaque é a do fundo (as duas laterais, propositalmente, possuem tímidas aberturas). Contudo, embora a diferença de nível entre o térreo e o pátio posterior reforce o partido do objeto puro, a diminuta dimensão do lote dificulta a leitura do projeto a partir do fundo.
     Para chegar ao resultado final, Castro lançou mão de lajes maciças de concreto armado com generosos balanços frontais e posteriores. O destaque da organização interna é a sequência de escadas sobrepostas que interliga os quatro níveis - a cobertura é um teto-jardim e mirante. Um volume triangular cobre o acesso ao último piso.
Aquário é apoiado pela parede junto à escada
     Junto da escada há uma parede que se destina a diferentes usos: no subsolo ela é suporte de bancada do ateliê, junto à garagem; no térreo, apoia o grande aquário; e no piso superior poderá ser usada como componente de um estúdio. A parede em si também serve de passagem de tubulações entre os pisos.
     Outro destaque interno é o vazio central que recorta a caixa suspensa e ilumina o centro do volume. A abertura zenital também ajuda a levar luz aos dormitórios através de vidros translúcidos.
O vazio interliga pisos internos e é iluminado por claraboia
A escada interliga o estar ao pátio posterior
Duas vigas metálicas sustentam o volume principal
Detalhe do encontro entre a viga, o pilar e a laje

     Agora, como boa estudante de arquitetura, vou mostrar algumas plantas, cortes, croquis e estudos do arquiteto. Eu adoro esse tipo de desenho.

Pranchas do projeto:
Estudos realizados:

Plantas e cortes:
Subsolo






Algumas imagens de maquete e maquete eletrônica:


     Muito bom o trabalho do arquiteto Flavio Castro. Um ótimo objeto de estudo essa casa. Então para quem algum dia precisar, no post tem todas as informações necessárias para um estudo de caso(plantas, cortes, implantação...)
     Espero que tenham gostado. Um grande beijo e...

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